O Espetáculo

A parábola é ambientada na China. Três Deuses, nessa adaptação transformados na Santíssima Trindade e vividos por um único ator, descem a Terra à procura de pelo menos uma alma boa.
Depois de muito caminho percorrido em vão, chegam a uma província chamada Setsuan. Lá encontram a prostituta Chen Tê que lhes dá guarida por uma noite. Na manhã seguinte, concluem ser ela a alma boa que tanto procuravam e resolvem lhe pagar pela hospedagem. O dinheiro é suficiente para Chen Tê abrir uma tabacaria e mudar de vida. Dona de seu próprio negócio, Chen Tê começa a ver os miseráveis da cidade abusarem de sua imensa generosidade.
Sem conseguir dizer não, resolve vestir a máscara do mal. Traveste-se de uma figura masculina, seu primo Chui Ta, que teria vindo de longe para temporariamente tomar conta de seu negócio.
As ações de Chui Ta em tudo diferem das de Chen Tê. O que Chen Tê não consegue recusar por fraqueza, Chui Ta retoma com força. Se Chen Tê promete arroz, Chui Ta só libera o prometido em troca de trabalho. Chen Tê é mulher e se apaixona, Chui Ta é homem e faz negócios. Chen Tê engravida, mas é a barriga de Chui Ta que cresce de prosperidade, aos olhos do povo. Como ninguém deve saber que Chen Tê está grávida, é a prima agora que se esconde por trás do primo. Somente Chui Ta aparece e comanda. Um boato cresce em Setsuan em torno do desaparecimento de Chen Tê: Chui Ta teria sequestrado a própria prima para ficar com suas riquezas. A última cena da parábola é o julgamento de Chui Ta. Como termina este impasse? O que temos a aprender com a parábola do Sr. Brecht? Qual será o veredicto para Chen Tê/Chui Ta? Haverá um veredicto? Haverá uma resposta para a dualidade humana?  

Motivação

O que gerou essa montagem de “A Alma Boa de Setsuan” foi a vontade da atriz Denise Fraga de trabalhar com Marco Antônio Braz por sua vivência de grupo e sua direção lúdica e irreverente. “A Alma Boa de Setsuan desvenda o fazer teatral diante do público. São os próprios atores que recebem a plateia, distribuem o programa, manipulam o cenário e fazem o serviço de contrarregragem. A intenção era criar um elenco com o espírito de grupo de teatro, totalmente disponível artisticamente para contar a história que o camarada Brecht escreveu há quase 70 anos”, revela o diretor Marco Antônio Braz, amigo e contemporâneo de Denise Fraga.
Braz costuma dizer, como Brecht, que é preciso divertir para comunicar. Denise acredita nessa capacidade transgressora do humor e no uso da sua comunicabilidade de atriz popular para encenar Brecht no Teatro.
“Faço teatro, cinema e televisão e acho muito bom entrelaçar estes veículos, aproveitar a popularidade proporcionada pela televisão, por exemplo, para levar aos palcos textos clássicos de forma sedutora. Um clássico não é clássico à toa, tem algo ali de universal, que atravessou o tempo tocando o coração das pessoas. Acho que grande parte do público que viu a peça talvez nunca tenha visto um Brecht. E se surpreendeu em se divertir tanto com ele. Sem deixar de levar para casa a reflexão que ele queria”, diz Denise, que interpreta a prostituta Chen Tê.  
O elenco é composto por onze atores, em sua maioria comediantes, muitos deles com vivências em grupos como: Ornitorrinco, Teatro da Vertigem e Círculo dos Comediantes. A trilha sonora é de Théo Werneck, os cenários, de Márcio Medina, figurinos de Verónica Julian e luz de Wagner Freire. A equipe totaliza, entre atores e técnicos, mais de 40 profissionais. 

21/Agosto – Piracicaba

28/Agosto – Americana

29/Agosto – Indaiatuba

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em breve mais informações!

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